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Os próximos passos do segmento de LIFE SCIENCES

O setor de Life Sciences passa por um período de intensa transformação.

O foco em eficiência operacional, juntamente com outras questões – como segurança de medicamentos comercializados – criaram incerteza no que tem sido tradicionalmente considerado um negócio estável e altamente rentável.

 Existe a ideia de que a indústria está migrando das drogas de sucesso (blockbusters) para um modelo de desenvolvimento de medicamentos conhecido como "medicina personalizada".

Os principais fatores que impactam diretamente esse ramo são:

• Eficiência de Supply Chain – os custos crescentes com P&D, os crescentes prazos de desenvolvimento, a necessidade de postergar os prazos de pagamento e consumidores cada vez mais conscientes das opções de tratamento de saúde no mercado vêm impactando diretamente a cadeia de suprimentos da indústria. O timing de desenvolvimento de projetos inteligentes pode muitas vezes ser comprometido caso a empresa não racionalize e terceirize atividades não essenciais. A área de Supply Chain do futuro será construída com flexibilidade, responsabilidade e confiabilidade, quebrando o paradigma de um modelo baseado em estoques para um modelo baseado em pedidos.

• Governança, Risco e Compliance – o setor vem enfrentando desafios crescentes de compliance e é improvável que estes diminuam no curto prazo. É importante que as empresas preservem a suas reputações e a dos profissionais que nelas trabalham. Tudo está sendo observado, desde ensaios clínicos aos gastos com profissionais da saúde e questões confidenciais ligadas a pacientes e consumidores. As pressões econômicas, regulatórias e do negócio estão influenciando as empresas para implementar ou incorporar as políticas de compliance adotadas globalmente.

• Gestão eficiente de impostos – a área de impostos tem nos últimos anos ganhado muita atenção das empresas. As companhias estão revendo o seu modelo de negócios, buscando eficiência fiscal de todos os lados – produção, produtos, P&D, entre outros. Em muitos casos, as empresas recebem incentivos fiscais de longo prazo por impactarem positivamente uma região ao gerar novos empregos e promover o desenvolvimento daquela localidade. Os acordos de licenciamento e aquisições também geram novos impostos não intencionais que impactam negativamente qualquer transação. As empresas de Life Sciences buscam maior efetividade na organização e alinhamento de negócios.

Sabe-se que o Brasil está em recessão devido à amplitude da crise que atingiu diversos setores, o que alterou sensivelmente o perfil de compra da população, motivando as pessoas a reduzirem a quantidade dos produtos ou mesmo evitando compras desnecessárias. Diante disso, o mercado nacional de Life Sciences tem se mostrado bastante resiliente. Reestruturações ocorreram sim, e o grande foco das empresas tem sido reorganizar processos internos e otimizar recursos.

A busca constante por inovação e competitividade também é outro fator preponderante. No mercado atual, não basta ter pipeline de produtos, mas sim investimento em P&D. As grandes empresas que estão em busca de novas oportunidades de negócios se dispõem a pagar um “premium price” para terem produtos no seu portfolio, além de construírem uma perspectiva futura de negócio. Nos próximos meses, deveremos observar grandes disputas no segmento a nível internacional.

Localmente, nota-se que os planos de crescimento parecem estar congelados. Assim como as operações de fusão e aquisição. No último ano, foram poucas as operações realizadas. Por outro lado, fundos de investimentos identificaram oportunidades em empresas brasileiras a um custo-benefício interessante. Com isso, houve o início de uma crescente demanda de mercado por profissionais das áreas de marketing, vendas, finanças, regulação e acesso, em diferentes níveis.

Além das habilidades técnicas requeridas por cada função, os perfis dos profissionais devem ter algo em comum: o equilíbrio entre uma atuação estratégica e hands on. É necessário que os profissionais tenham foco em resultados, resiliência para lidar com frustrações do dia a dia, leitura organizacional, entendimento do ambiente organizacional em que se encontra, além das relações interpessoais, se tornando um bom gestor de equipes.

E você, está pronto para os próximos passos?

 

* Cynthia Rejowski é Sócia-Diretora do Fesap Group, consultoria de executive search e de estratégia de capital humano. Representa as marcas Fesa, Asap e Fesa Advisory.

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